terça-feira, 6 de março de 2012

Cinco mil alunos chilenos são expulsos, após ações de 2011

   O porta-voz da Coordenadora Nacional de Estudantes Secundários do Chile, Rodrigo Rivera, denunciou nesta terça (6) que ao menos cinco mil adolescentes chilenos foram expulsos por ter participado de mobilizações em prol da educação pública no ano passado.

Rivera, que anunciou uma manifestação para o próximo dia 15 de março como início do movimento estudantil em 2012, chamou o governo a assegurar as matrículas de todos os alunos do nível de ensino médio.
Ninguém deve sofrer represálias por ter participado do movimento estudantil, sublinhou Rivera, que chamou também o ministro do setor, Harald Beyer, a não fazer-se de desentendido sobre os numerosos cancelamentos de matrículas.
"Nos foi tirado o direito de continuar só por apoiarmoa uma causa justa", disse Moisés Paredes, um dos jovens expulsos, citado pelo jornal El Mostrador.
Na segunda, centenas de estudantes mobilizaram-se junto a seus pais em frente aos escritórios de governo com o objetivo de reivindicar a renovação das matrículas ao prefeito da capital, Cristián Labbé.
O prefeito, ex-membro da polícia secreta de Pinochet (1973-1990), não os recebeu e em seu lugar falou com os estudantes a diretora de Educação do município, Karla Frauenberg, que alegou que as administrações dos colégios atuavam autonomamente.
"Disse-nos que os colégios tinham autonomia para expulsar seus alunos... Nós acreditamos que aqui houve perseguição política e vamos esgotar todas as instâncias judiciais", denunciou o porta-voz dos estudantes do liceu José Victorino Lastarria da Providência, Elioska Zárate.
Organizações sociais e setores da oposição chilena advertiram que a expulsão das instituições docentes foi aplicada sobretudo contra os líderes do movimento estudantil e não contra jovens que causaram danos materiais nas escolas ou que transgrediram o regulamento escolar como alegam as autoridades locais.
Na opinião do porta-voz da Confederação de Estudantes do Chile (Confech) e representante dos educandos mapuches, José Ancalao, as suspensões de matrículas estão sob a lógica de uma perseguição política de tipo pinochetista.
Esperemos que prime a sensatez e que os colegas secundários que se mobilizaram possam ter as matrículas nos colégios aos quais pertencem, agregou por sua vez o também porta-voz de Confech, Gabriel Boric.
As pessoas que se sacrificaram estando em greves e ocupações durante todo este tempo não fazem isso por um capricho infantil, mas sim porque a educação que temos no Chile realmente é um desastre, sentenciou o líder universitário.

Fonte: Prensa latina

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