O porta-voz da Coordenadora Nacional de Estudantes
Secundários do Chile, Rodrigo Rivera, denunciou nesta terça (6) que ao menos
cinco mil adolescentes chilenos foram expulsos por ter participado de
mobilizações em prol da educação pública no ano passado.
Rivera, que anunciou
uma manifestação para o próximo dia 15 de março como início do movimento
estudantil em 2012, chamou o governo a assegurar as matrículas de todos os
alunos do nível de ensino médio.
Ninguém deve sofrer
represálias por ter participado do movimento estudantil, sublinhou Rivera, que
chamou também o ministro do setor, Harald Beyer, a não fazer-se de desentendido
sobre os numerosos cancelamentos de matrículas.
"Nos foi tirado
o direito de continuar só por apoiarmoa uma causa justa", disse Moisés
Paredes, um dos jovens expulsos, citado pelo jornal El Mostrador.
Na segunda, centenas
de estudantes mobilizaram-se junto a seus pais em frente aos escritórios de
governo com o objetivo de reivindicar a renovação das matrículas ao prefeito da
capital, Cristián Labbé.
O prefeito,
ex-membro da polícia secreta de Pinochet (1973-1990), não os recebeu e em seu
lugar falou com os estudantes a diretora de Educação do município, Karla
Frauenberg, que alegou que as administrações dos colégios atuavam
autonomamente.
"Disse-nos que
os colégios tinham autonomia para expulsar seus alunos... Nós acreditamos que
aqui houve perseguição política e vamos esgotar todas as instâncias judiciais",
denunciou o porta-voz dos estudantes do liceu José Victorino Lastarria da
Providência, Elioska Zárate.
Organizações sociais
e setores da oposição chilena advertiram que a expulsão das instituições
docentes foi aplicada sobretudo contra os líderes do movimento estudantil e não
contra jovens que causaram danos materiais nas escolas ou que transgrediram o
regulamento escolar como alegam as autoridades locais.
Na opinião do
porta-voz da Confederação de Estudantes do Chile (Confech) e representante dos
educandos mapuches, José Ancalao, as suspensões de matrículas estão sob a
lógica de uma perseguição política de tipo pinochetista.
Esperemos que prime
a sensatez e que os colegas secundários que se mobilizaram possam ter as
matrículas nos colégios aos quais pertencem, agregou por sua vez o também
porta-voz de Confech, Gabriel Boric.
As pessoas que se
sacrificaram estando em greves e ocupações durante todo este tempo não fazem
isso por um capricho infantil, mas sim porque a educação que temos no Chile
realmente é um desastre, sentenciou o líder universitário.
Fonte:
Prensa latina
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